Da importância do sono
Mas depois cresci. As manhãs de fim de semana passaram a ser uma incógnita na minha vida, só interrompida pelo toque providencial da sirene dos bombeiros, mesmo viradinha para o meu quarto. Ao meio-dia.
A vida de adulta permitiu-me sempre acordar a horas que considero decentes - 7h30, 8h00. Até o Jaime nascer. Aí o mundo e a higiene de sono ficaram de pernas para o ar. Coisa que não consegui superar até hoje.
Dormir é das coisas mais importantes, dormir bem é essencial e manter uma rotina de sono também. Mas há que respeitar os nossos ritmos pessoais. Não sou aquela pessoa que dorme oito horas seguidas, que tanto faz deitar-se às 21h00 como às 2h00 porque dorme sempre bem. Não.
Por alguma razão, o meu ritmo natural é adormecer às 2h00 e acordar às 10h00. Na impossibilidade deste horário, consegui corrigir para: da meia noite às 8h00, mas agora trocaram-me tudo de novo. A entrada matinal do meu filho na escola obriga-me a agendar o despertador para as 6h30 da manhã. Ou da noite. Porque me levanto ainda de noite e isso está acabar com a minha alegria de viver.
É, obviamente, um exagero, mas não deixa de ter uma pontinha de verdade. Acordar de noite, para mim, é uma ofensa, uma tristeza que me assola assim que ponho os pés no chão. Pior porque não posso fintar esta evidência. É assim e pronto.
E os milhões de pessoas que acordam ainda mais cedo e enfrentam transportes públicos, frio e trabalhos péssimos? Estou solidária. Acho este funcionamento social muito incoerente e pouco respeitador das liberdades individuais do ser humano, mas não sei a quem me queixar.
Então queixo-me aqui. Só para desabafar e pedir-vos que se cruzarem comigo pela manhã, não esperem grandes palavras nem simpatias. É o que é.
Aguardamos, ansiosamente, o regresso de dias melhores e melhor dormidos.
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