FIM

 


Agora que completei os meus 45 degraus de vida é tempo de terminar este espaço. Foi a isso que me propus, é isso que vai acontecer. Também não me apetece muito continuar. Foi um ano duro, talvez o mais duro de sempre, mas que teve vários ensinamentos e, sem dúvida, me abriu novos caminhos. 

Num breve balanço: "estamos todos vivos"! "Estamos" refere-se às minhas pessoas e a mim própria, com altos e baixos, saúde e mazelas, aguentámo-nos, inclusivamente a minha avó de 98 anos! 

Consegui conhecer um país novo, ainda antes de declarada a pandemia, e visitei um já conhecido num verão que se veio a revelar melhor do que estava à espera. Ayamonte conta como país estrangeiro, certo? Foi também aí que tomei uma das melhores refeições da minha vida. Valeu! 

Dei muitos mergulhos no mar. Passei muitas horas ao ar livre, para compensar uma quarentena de cerca de três meses que foi transformadora com todos os seus desafios, mas também com insights sobre o "sentido da vida". 

Foi difícil estar dois meses inteirinhos sem ver os meus pais, nem por meios tecnológicos. Mas o reencontro foi dos melhores momentos do ano - chorei muito de alegria. Acho que assustei toda a gente porque não costumo ser muito expansiva a demonstrar sentimentos. 

Pude fazer uma festa surpresa de 10º aniversário ao meu filho, noutro momento deveras emocionante e peculiar: as melhores amigas vieram à nossa rua e cantámos os parabéns, literalmente, no meio da estrada. Divertido, emocionante, feliz! 

Nesses meses de reclusão, para além de tentar manter o instável equilíbrio entre todas as áreas da minha vida, pensei muito. Fui-me abaixo algumas vezes, mas por defeito ou feitio, recusei-me a resignar-me e a entregar-me ao negativismo. Houve muito yoga e muita meditação. Houve muita auto-observação e autoconhecimento. Houve vontades que foram sendo transformadas em ações, o que me fez modelar um novo estilo de vida que desejo e para o qual me comprometi a trabalhar. 

Voltei a estudar. Desta vez fui eu que escolhi, não me foi imposto nem foi por conveniência alguma de ordem prática. Foi apenas e só porque posso e quero! E porque faz parte do meu "plano" de mudança de vida. 

Trabalhei muito. Muito acima do que pensava serem as minhas capacidades e limites. Foi um ano de resiliência. Agradeço. Por tudo o que aprendi sobre tudo e sobre mim.  

Para os 46 desejo Saúde! E outras coisas que não posso dizer porque dá "pouca sorte"! :)

Obrigada a todos os que passaram por aqui. Vemo-nos por aí.

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