32
Passámos o mês e depois da avalanche emocional, acho que estabilizei em modo "calhau".
O que é o modo calhau, perguntam vocês?
Aceitei, giro, rotinei e irritam-me muito as pessoas cheias de saudades disto e daquilo, também as que mais anseiam voltar ao normal.
E o que é o normal, pergunto eu?
O velho normal não existe e espero que não volte a existir. Se este desafio não for o suficiente para questionar tudo e mudar alguma coisa, então não serve para nada.
É legítimo que sintamos falta de algumas coisas. Mas acelerar o regresso ao trabalho, por exemplo, pode ser catastrófico neste momento. E o próprio trabalho, deve manter-se igual? Será que temos mesmo que ir todos ao mesmo tempo? Será que se ficarmos alguns dias em teletrabalho não poupamos o ambiente e, quiçá, o nosso sistema nervoso evitando o trânsito e os minutos contadinhos para tudo?
Não querendo julgar, mas já julgando, formei uma opinião (muito pessoal e generalizada) sobre os mais avessos a estar em casa e a trabalhar de casa E não é fixe. Pessoas que não entendem a importância destas medidas (que não serão eternas, btw) não têm grande respeito pelo bem comum e não estão dispostas a sacrificar-se em prol da saúde de todos. Acho egoísta. Pessoas que não "conseguem" estar em casa, não estão confortáveis com a sua vida, consigo próprias, até. Pessoas que "precisam" de ver os outros não acreditam que eles existem? Ou estão sempre à procura de saber mais?
Claro que tenho saudades dos meus pais. E da bola. E pouco mais. Mas isso não me tira o sono se souber que todos os de quem gosto estão saudáveis e em segurança.
Mais do que nos queixarmos, devíamos estar a pensar, a usar o tempo livre para fazer coisas que, doutra forma não faríamos para que, quando "isto" acabar, não nos queixemos do que poderíamos ter feito quando estivemos em casa e não fizemos.
Comentários
Enviar um comentário