Mesário

O que começou por ser pensado para ser um diário, transformou-se, este mês, num mesário. Não escrevia desde dia 1. Pelo menos aqui. 

As coisas mudaram bastante. Para pior, pelo menos na região de Lisboa. Penso na pandemia e na forma como os números permanecem altos. 

Há problemas culturais, geracionais, mas acima de tudo sociais que penso que explicam o fenómeno. Sendo eu a comentadora única deste espaço de liberdade individual, vou aqui fazer queixinhas do que acho que está menos bem. 

Corria o ano de 1993 quando me iniciei no ritual traumatizante de usar transportes públicos diariamente. Vivia (e vivo) em Loures e para conseguir um lugar sentado num autocarro às 6h30 da manhã cheguei quase a usar de violência física... quase. Foi apenas um pequeno puxão de volta ao indivíduo que diariamente chegava e entrava sem respeitar a fila. Até àquele dia. 

Bom, entre "camineta da carreira", metro e autocarro da carris, sempre desgostei. Da demasiada proximidade física, da limpeza questionável e de outros fatores, certamente, mas só me lembro destes.  
O que quero dizer é que já nessa altura, os transportes públicos eram poucos e maus. Já andavam quase sempre cheios tal como andam agora. 

Durante a quarentena, os que continuaram, muitos fizeram-no por terem profissões não especializadas que os impossibilitaram de teletrabalhar. Depois foram sendo acrescentados todos os outros e hoje penso que estaremos quase em pleno quanto ao trabalho presencial. Mas os transportes não aumentaram. Pelo contrário reduziram. O que vemos agora é um cenário que dura há décadas, só que "dantes" o distanciamento social não era necessário.

Podem impedir as festas inconscientes e multar estabelecimentos que não cumpram as regras previstas. Podem culpar os jovens, os menos jovens, os que vão à praia ou passear junto ao mar. Enquanto não se revirem recursos disponíveis (aumentando-os) e, por exemplo, se desencontrarem horários de trabalho a sério (turnos menores com maior abrangência de horário total de funcionamento), nada se resolve neste campo. 

Ah e Metro em Loures já! 

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