Miscelânia com COVID

Sinto o povo muito à vontadinha. Eu própria já me aventurei em restaurantes, abracei a minha bff do coração  e deixei de desinfetar as compras todas do supermercado. 

Acho que estamos a entrar naquele momento em que está tudo farto e tendemos a facilitar em algumas situações. É errado. Não o façam. Não, pelo menos, até termos mais informações concretas ou medicamentos ou a tão esperada vacina. 

Mas o que vinha aqui testemunhar tem mais que ver com a alteração de hábitos que, especialmente o confinamento, nos provocou. 

A saber: há produtos que deixei de comprar à unidade e passei a comprar às caixas; sempre que saio de casa sem ser para trabalhar, penso bem onde vou, se vale a pena ir e preparo tudo com cuidado, quer seja para ir jantar fora - escolher um restaurante "melhor" porque se vai menos vezes agora e porque me dá uma sensação de maior segurança que pode ser falsa - ou à praia - escolho sítios onde aparentemente há menos pessoas e se a bandeirinha de indicação de lotação estiver amarela, volto para trás. Sempre tendi a desviar-me de ajuntamentos, agora ainda mais. 

As únicas situações onde tolerava multidões eram concertos e bola e posso dizer-vos que esta última me anda a custar um bocadinho apesar do meu querido clube estar em fanicos, mas vamos evitar esse assunto. Trabalho muito próximo do estádio e por esta altura já andava com as camisolas e/ou cachecóis no carro para trocar antes de sair direta para a Alameda. Sinto saudades das conversas pré jogo e das desilusões pós jogo. Sinto saudades de ver sempre as mesmas caras, nos mesmos sítios, aos mesmos dias e horas. E das jolas, claro. 

Mesmo que a presença de público venha a ser permitida nos estádios, não sei se me aventurarei. Não me imagino a ver um jogo de futebol sentada e a não abraçar os colegas de bancada quando o Sporting marca um golo. Se isso voltar a acontecer. O golo, quero dizer. 

Não sei, mas ontem vi um desses camarada de bola e fiquei assim entre o nostálgica, triste e ácida. Esta pandemia foi a melhor coisa que podia ter acontecido ao Bananas, mas este texto não era para falar de bola. 


Cuidem-se! E sejam felizes! 

Comentários

Mensagens populares