Pós férias

Nunca imaginei, em março, poder vir a ter férias que incluíssem apanhar sol e dar mergulhos, mas aconteceu. Foram duas semanas maravilhosas em que, finalmente, me afastei gradualmente dos "devices" eletrónicos e me colei aos livros de papel. Li furiosamente, obcecadamente e prazerosamente. Posso dizer que, na última semana, me sentei zero vezes num sofá para ver notícias na televisão que, creio, nunca foi ligada para tal fim. 
Não posso dizer que abandonei totalmente o telemóvel, mas esqueci-me dele muitas vezes e, ainda melhor, ignorei-o sobranceiramente porque senti que estava cheio de toxicidade adquirida pelo excesso de atenção nos últimos meses. Soube-me bem! 
O que é que não soube tão bem? Regressar, pois claro. 
Hoje é quinta-feira e ainda não me conformei com isto de trabalhar todos os dias, das 9h00 às 17h00 (maizoumenos) e ter apenas 2 dias livres para viver plenamente. É recorrente. Todos os anos, por esta altura, tenho a minha crise existencial aguda em que questiono tudo e todos e acabo a fazer grandes planos para o que resta do ano. Se se concretizam ou não? Umas vezes sim, outras não. 
Não é que não goste de trabalhar, antes pelo contrário, mas acho muito injusto esta coisa de estar presa a horários e tarefas quando, no mundo, estão 30 graus e eu podia estar a ler, a tomar banhos de sol, de mar/piscina/etc.. (riscar  que não interessa). Quem sonhou que 22 dias de férias por ano chegam para recarregar baterias, devia ser severamente castigado. Se tivessemos mais férias, podíamos ser mais felizes e partilhar o nosso posto de trabalho com outra pessoa, diminuindo assim o desemprego. Eu sei, lírica. 
Mas é na poesia que gosto de viver. 

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