Quando uma borboleta bate as asas na China...

Quando uma borboleta bate as asas na China pode provocar um terramoto algures bem longe. É mais ou menos isto. Que é como quem diz: quando o PCP decide organizar um congresso em Loures em plena pandemia, centenas de famílias sofrem com isso.

Longe de mim colocar em causa a legalidade do acto. Posso apontar falta de solidariedade e de compreensão para com o Povo, isso sim. E falta de noção também. Não me parece que seja um caso de vida ou morte e há, hoje em dia, outras formas de organizar eventos que não apenas a presencial. 

O Povo então. O Povo tem filhos nas escolas, o Povo tem vidas organizadas e o Povo tem que fazer mais um malabarismo (a somar aos mil desta situação) para que os seus filhos possam ter a normalidade de assistir às suas aulas agendadas, de atividades que pretendem não só manter a prática de exercício físico, como simular a normalidade possível, pelo menos, nesta área. 

Em vez da aula agendada para as sextas-feiras, após os períodos escolares e laborais dos pais, o filho do Povo vê a sua aula reagendada para o dia anterior e num horário bem lixado que obriga a mudar toda a rotina da família. De facto é coisa a que já nos habituámos, neste ano, mas vejamos a explicação. - Vai haver uma festa! - A sério? Conte-me mais sobre isso. Diria que as festas estão proibidas, pelo menos as tão grandes que obriguem a encerrar um pavilhão. (silêncio). Pelo que leio e vejo por aí, há três pavilhões encerrados, em Loures, neste momento. 

Soube depois que várias escolas de Loures também ficaram sem aulas de Educação Física. Num ano letivo que começou coxo e anda periclitante, não sei se a realização de um evento político justifica que centenas de alunos fiquem sem aulas. Mas quem sou eu? 

Muito dirão que sou uma anticomunista primária, outros uma egoísta, alguns talvez estejam na mesma situação e solidários com a minha indignação. Isso realmente, agora, não me interessa. O que me interessa é desabafar. Já está. 

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