Se eu fosse um extraterrestre e aterrasse hoje na Terra, diria que estamos num momento "orquestra do Titanic" - tudo a afundar-se à nossa volta, mas continuamos impavidamente a tocar a nossa música. 

COVID19: ninguém faz ideia. Agora esta regra, à tarde outra; à noite o presidente da República acrescenta uns pozinhos, baralha e volta a dar. Entretanto, os internados crescem. Não dou uma semana para se começar a questionar por que estão a morrer tantas pessoas, será falta de assistência? E o que é que nós queremos? Voltar ao "normal". Obcecados com isso, é o que estamos. Diz-nos o primeiro ministro que devemos fazer a nossa vida "normal", com as restriçõe impostas, claro. Por acaso acho que seria este um bom momento para mudar algumas coisas. Tive esperança no desafasamento de horários que permitiria diminuir as concentrações de pessoas e automóveis. Zero. Cada dia apanho mais trânsito, o desfasamento não existiu ou, se existiu, não dei por isso. 

Terrorismo/UE: só nesta última semana já perdi a conta aos ataques em França e ontem à noite, em Viena. Acho muito pouco "leal" que os extremistas islâmicos aproveitem a imensa fragilidade de uma Europa em agonia. Não há uma só voz, mais uma vez ninguém sabe bem o que anda a fazer. Ou pelo menos, eu não estou a conseguir entender. Só há uma coisa que entendo: vão chover milhões para salvar as economias. E como vão ser usados? Por quem? Para quê? Enquanto discutimos o "sexo dos anjos" os ataques sucedem-se, as polícias fazem o seu trabalho e também não tenho solução melhor. 

Trump: estes últimos dias de cobertura de campanha eleitoral puseram a nu a boçalidade do pensamento "trumpiano": uma personagem que personifica tudo o que há de mau como o chico espertismo, a falta de empatia, o populismo, no fundo a ascensão de figuras com relevância mediática e sem conteúdo positivo ao mundo da política. Também Boris Johnson é uma invenção dos media e, senão nos cuidarmos, poderemos vir a ter um parecido só para nós . 

Desporto: Sporting em 1º na Liga Portuguesa. Os outros levam 3 do Boavista. Porto em 4º lugar. Se isto não é o mundo ao contrário, não sei o que será. 

Com um toque de ironia, mas com alguma verdade à mistura, preocupa-me mesmo o rumo do mundo, neste momento. Mas também faço a minha parte de instrumentista de orquestra: vou andando e rindo, encarando os dias como se fosse tudo normal, engolindo alguns sentimentos e fazendo planos para o futuro. 

Oxalá. 

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