razão vs emoção

Aqui está uma problemática que "sim, senhor".

Há quem sinta demais (ou de menos) e quem passe a vida a pensar nas consequências de todo e qualquer acto*. Há, também, quem consiga equilibrar ambas as situações e, imagino, seja muito feliz.

Eu só sei de mim e do que observo. Observar é um dos meus passatempos preferidos. Para se fazer uma observação consistente em relação à natureza do objeto observado no que toca ao binómio razão vs emoção, precisamos de tempo e isso é coisa que cada vez temos menos. Portanto, e porque este é um espaço que pretendo visitar daqui a vários anos e perceber quem era com a bonita idade de 45 anos, vou debruçar-me sobre mim. Espero não cair nem ter nenhuma epifania que faça desmoronar toda uma teoria que hei-de inventar nas linhas seguintes.

A racionalidade destrói a espontaneidade, mas não há nada melhor do que ser surpreendido por algo positivo. Acho uma seca saber todos os passos a dar dar nas próximas horas ou dias, mas não consigo viver sem esse "planeamento". Consigo, mas tira-me confiança e segurança. Isto é humano, creio.

Por outro lado, se vivemos apenas de espontaneidade/a sentir o momento, aproximamo-nos de um certo caos difícil de dominar, que nos pode conduzir a situações adversas. Imagino. E ao estar a imaginar, já estou a racionalizar e antever o que se sente. Se isto não é complicado, não sei o que será!

Não seria nunca daquelas pessoas que põem uma mochila às costas e "logo se vê", mas não sou também das que partem para algum destino com tudo programado, da viagem propriamente dita ao itinerário completo, incluindo paragens para xixi.

Quando passeio ou viajo, gosto de ter uma base de segurança: saber onde vou dormir e como chego a esse local. Posso ver quais os sítios de maior interesse, mas raramente faço uma compra antecipada de bilhetes (aliás, comprar bilhetes para concertos, por exemplo, com um ano de antecedência, é inconcebível, para mim). Depois deixo-me guiar pela intuição, pelos caminhos mais apelativos, pelas esplanadas mais apetitosas de onde posso observar o movimento das pessoas, os sons, os odores naturais de cada sítio e essas coisas poéticas a que ainda dou alguma importância.

Quem fala em viagens, fala em tudo o resto na vida. Ter um chão seguro é importante, mas o improviso também tem que ter um espaço de existência.

Parece-me que o tema global deste blogue está a tender muito para o equilíbrio. Sobre o que quer que escreva, vai tudo dar ao mesmo. Está visto.



*Este blogue prefere a ortografia pré AO, mas pode dar-se o caso de usar palavras com nova grafia. Nunca se sabe.

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